Thursday, February 7, 2008


De certa forma eu materializei, queria tanto que fiquei com medo de perder, criei um personagem que existiu e que hoje me persegue, tirou o que era meu e ainda por cima nem sabe o que tem.
Pelo mesmo motivo que eu, nunca saberá, ou, tarde demais.
Foi como conquistar o pôr do sol, a lua por instantes, ter a visão mas nunca alcançá-la.
Sonhar fazia parte do roteiro, existir, só por alguns momentos. Momentos trocados, roubados, exigidos. O vi chorar e chorei ainda mais, pela perda precoce, pelo abandono imaturo, pela coragem de sentir. Hoje, com um pouco mais de experiência e sonhos desfeitos, posso medir melhor, nada é tão grande quanto parece ser, nem tão pequeno que mereça pena, mas também não foi completo, ah não, isso você há de convir comigo, quero o fim, quero o meio, quero as horas roubadas, quero os momentos de paz que nunca tive, não é justo ele partir sem ao menos me dizer a verdade.
Estou embriagada de saudades, de dúvidas, de vontade.
Quando olho para o horizonte, vejo apenas estradas de escolhas, mas nenhuma delas têm aquela luz quente, aquele calor, aquela alegria, nenhuma janela por enquanto se abriu, ontem eu vi todas elas fechadas, mas tenho certeza, como nunca errei, que isso não está certo e não foi justo. Quero que a minha janela se abra de novo para eu poder, ao menos, espiar, para que possa novamente, ser convidada a entrar. Não era muito, nem nada, não precisava ser tão duro.
Eu te desafio a terminar o que começou, mas dessa vez vai ter que ser de verdade.
Não era pra tanto, não mesmo, não é justo.......